Tecnologia de Suporte Digital para monitoramento de sintomas

Dimitra Delijaicov

Enfermeira especialista em oncologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Atualmente, enfermeira navegadora em transplante de medula óssea no Hospital A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Núcleo Onco-Hematologia ABRENFOH. São Paulo, SP.

Juliana de Lima Teodoro

Enfermeira especialista em oncologia pela Universidade Federal de São Paulo, em Acessos Vasculares e Terapia Infusional pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein e MBA em Gestão de Saúde. Atualmente, enfermeira supervisora das unidades de internação pediátrica e TMO do Hospital São Luiz Jabaquara. Núcleo Onco-Hematologia ABRENFOH. São Paulo, SP.

Resultados de relatórios eletrônicos e monitoramento de sintomas para pacientes em transplante de células-tronco hematopoéticas
Artigo intitulado: “Eletronic patient reports outcomes and syntom monitoring for hematopoietic stem cell transplantation: A pilot study. “Published online May 28, 2021. DOI: 10.1200/JCO.2021.39.15_suppl.e13592 Journal of Clinical Oncology 39, no. 15_suppl.

Pacientes em programação de transplante de células tronco hematopoéticas, podem evoluir com diversos sintomas durante o tratamento e o projeto de navegação feita pelos enfermeiros oncológicos e o uso de ferramentas que auxiliem o profissional para o rápido reconhecimento e manejo precoce são de grande importância para equipe.

O trabalho acima teve como objetivo avaliar os resultados de um projeto piloto com o uso de uma ferramenta digital [e-PROs]) para comunicação entre equipe e paciente pós TCTH. Foram avaliados seis pacientes em período de até 16 semanas após alta hospitalar. Os sintomas foram apresentados aos pacientes em linguagem coloquial, de fácil entendimento e adequados para acesso profissional, de acordo com ferramenta CTCAE 5.0. Os pacientes que utilizaram a ferramenta poderiam relatar sintomas em tempo real, assim como dúvidas quanto ao tratamento, estado emocional e sinalização de medicação. Para o presente estudo, foram avaliados os números de sintomas relatados, sintomas específicos, principais toxicidades relatadas, adesão ao aplicativo, acessos ao chat e total de horas de atendimento via chat. As perguntas do chat e as interações relatadas foram: 48,2% sintomas, 27,7% perguntas sobre tratamento, 9,6% exames, 7,2% aspecto emocional, 6% aspecto nutricional e 1,3% dispositivos médicos. Dois pacientes receberam orientações sobre a doença do enxerto versus hospedeiro (GvHD) ainda no início dos sintomas, possibilitando uma abordagem com sucesso, evitando uma visita ao consultório ou sala de emergência. Conclui-se então, que há benefícios reais de incorporar ePRO em uma estratégia pós-TCTH adjunta ao centro de tratamento, visto que os sintomas que só seriam trazidos ao médico na próxima consulta foram comunicados em tempo real à equipe de transplante, permitindo uma intervenção precoce e provavelmente reduzindo a deterioração relacionada ao transplante e intervenções posteriores. Porém, os resultados sugerem que mais pesquisas devem ser feitas para comprovar a eficácia do aplicativo.